domingo, 3 de abril de 2011

REINO FUNGI

REINO FUNGI

O reino Fungi é um grande grupo de organismos eucariotas, cujos membros são chamados fungos, que inclui micro-organismos tais como as leveduras e bolores, bem como os mais familiares cogumelos. Os fungos são classificados num reino separado das plantas, animais e bactérias. Uma grande diferença é o facto de as células dos fungos terem paredes celulares que contêm quitina, ao contrário das células vegetais, que contêm celulose. Estas e outras diferenças mostram que os fungos formam um só grupo de organismos relacionados entre si, denominado Eumycota (fungos verdadeiros ou Eumycetes), e que partilham um ancestral comum (um grupo monofilético). Este grupo de fungos é distinto dos estruturalmente similares Myxomycetes (agora classificados em Myxogastria) e Oomycetes. A disciplina da biologia dedicada ao estudo dos fungos é a micologia, muitas vezes vista como um ramo da botânica, mesmo apesar de os estudos genéticos terem mostrado que os fungos estão mais próximos dos animais do que das plantas.
Abundantes em todo mundo, a maioria dos fungos é inconspícua devido ao pequeno tamanho das sua estruturas, e pelos seus modos de vida crípticos no solo, na matéria morta, e como simbiontes de plantas, animais, e outros fungos. Podem tornar-se notados quando frutificam, seja como cogumelos ou como bolores. Os fungos desempenham um papel essencial na decomposição da matéria orgânica e têm papéis fundamentais nas trocas e ciclos de nutrientes. São desde há muito tempo utilizados como uma fonte direta de alimentação, como no caso dos cogumelos e trufas, como agentes levedantes no pão, e na fermentação de vários produtos alimentares, como o vinho, a cerveja, e o molho de soja. Desde a década de 1940, os fungos são usados na produção de antibióticos, e, mais recentemente, várias enzimas produzidas por fungos são usadas industrialmente e em detergentes. São também usados como agentes biológicos no controlo de ervas daninhas e pragas agrícolas. Muitas espécies produzem compostos bioativos chamados micotoxinas, como alcaloides e policetídeos, que são tóxicos para animais e humanos. As estruturas frutíferas de algumas espécies contêm compostos psicotrópicos, que são consumidos recreativamente ou em cerimónias espirituais tradicionais. Os fungos podem decompor materiais artificiais e construções, e tornar-se patogénicos para animais e humanos. As perdas nas colheitas devidas a doenças causadas por fungos ou à deterioração de alimentos pode ter um impacto significativo no fornecimento de alimentos e nas economias locais.
O reino dos fungos abrange uma enorme diversidade de táxons, com ecologias, estratégias de ciclos de vida e morfologias variadas, que vão desde os quitrídios aquáticos unicelulares aos grandes cogumelos. Contudo, pouco se sabe da verdadeira biodiversidade do reino Fungi, que se estima incluir 1,5 milhões de espécies, com apenas cerca de 5% destas formalmente classificadas. Desde os trabalhos taxonómicos pioneiros dos séculos XVII e XVIII efetuados por Lineu, Christiaan Hendrik Persoon, e Elias Magnus Fries, os fungos são classificados segundo a sua morfologia (i.e. caraterísticas como a cor do esporo ou caraterísticas microscópicas) ou segundo a sua fisiologia. Os avanços na genética molecular abriram o caminho à inclusão da análise de ADN na taxonomia, o que desafiou por vezes os antigos agrupamentos baseados na morfologia e outros traços. Estudos filogenéticos publicados no último decénio têm ajudado a modificar a classificação do reino Fungi, o qual está dividido em um sub-reino, sete filos e dez subfilos.

   Você já ouviu falar em mofos ou bolores? Em certas condições eles ocorrem em paredes, na roupa, nos sapatos, no pão, nas frutas, etc. E em micoses? São causados por fungos. Frieiras, monilíase ("sapinho") são exemplos de micoses.
            Ao reino dos fungos pertencem todos os seres conhecidos por mofos, bolores, cogumelos e leveduras. São seres vivos sem clorofila e podem ser unicelulares ou pluricelulares. Não possuem um tecido verdadeiro e suas células apresentam parede celular de quitina. A área da ciência que estuda os fungos é a micologia.
            Os fungos pluricelulares geralmente apresentam filamentos microscópicos chamados hifas. Elas se entrelaçam formando uma espécie de massa, que recebe o nome de micélio. No cogumelo-de-chapéu, o micélio apresenta "abas" onde se encontram inúmeras hifas férteis, produtoras de esporos.
            Os fungos podem viver de temperaturas que variam de 60 °C a -10 °C. Como heterotróficos, necessitam de alimento preexistente para a sa sobrevivência. Desenvolvem-se bem em lugares úmidos, com pouca luz e com matéria orgânica que usam para se alimentar.
            A maioria deles, assim como as bactérias, obtêm alimento decompondo a matéria orgânica do corpo de organismos mortos. Alguns obtêm alimento de outros seres vivos, com os quais se associam. Assim, os fungos podem ser decompositores, parasitas ou mutualísticos.
            Os decompositores (ou saprófitas) são fungos que se nutrem da matéria orgânica do corpo de organismos mortos (ou de partes que podem se destacar de um organismo, como pele, folhas e frutas que caem no solo), provocando a sua decomposição. Certos fungos, por exemplo, causam o apodrecimento de frutas ou de restos de vegetais e animais.
            Os parasitas são aqueles que vivem à custa de outro ser vivo, prejudicando-o e podendo até matá-lo. Muitas doenças dos vegetais são provocadas por fungos parasitas, como aqueles que atacam as folhas do café, causando a "ferrugem do café". Nos seres humanos, podemos citar o fungo Candida albicans, que pode se instalar na boca, faringe e outros órgãos, provocando o "sapinho".
            Os mutualísticos são aqueles que se associam a outros seres e ambos se beneficiam com essa associação. O líquen, por exemplo, é uma associação entre um fungo e uma alga. A alga, que tem clorofila, faz fotossíntese, produzindo alimento para ela e para o fungo. Este, por sua vez, absorve do solo água e sais minerais, que são, em parte, cedidos para a alga.
            Os fungos apresentam reprodução assexuada e sexuada.
            O mecanismo de reprodução dos fungos pode ser muito variado e relativamente complexo. Tomaremos como exemplo os cogumelos-de-chapéu e descreveremos sua reprodução de maneira simplificada.
            Nos cogumelos-de-chapéu, os esporos são produzidos no "chapéu", que contém estruturas chamadas de esporângios, formadas por hifas férteis. Uma vez produzidos pelos esporângios, os esporos são eliminados, podendo se espalhar pela ação do vento, por exemplo. Encontrando condições favoráveis, num certo local, os esporos germinam e originam hifas que formarão um novo fungo.
            A idéia mais comum que temos a respeito dos fungos é a de que eles crescem e se desenvolvem em lugares úmidos ou sobre alimentos estragados. Por isso, nunca pensamos neles como seres vivos muito importantes para a nossa vida e mesmo para o meio ambiente. Para demonstrar tal importância, vamos estudar agora alguns tipos de fungos.
            Os fiomicetos podem ser aquáticos ou terrestres e unicelulares ou pluricelulares. Como exemplo de fiomicetos, podemos citar os do gênero Rhizopus, conhecidos como bolor preto do pão. A maioria dos fiomicetos, assim como dos demais grupos de fungos, vive como decompositores. Assim, contribuem para a reciclagem da matéria na natureza.
            Entre os ascomicetos, podemos citar as leveduras, que são muito importantes para a produção de bebidas, como a cerveja, o vinho e o saquê, e para a fabricação de pães e bolos. No grupo dos ascomicentos, inclui-se o fungo Penicillium notatum, que produz um antibiótico poderoso e muito famoso, a penicilina.
            Também chamados cogumelos, alguns fungos deste grupo são comestíveis, outros não. Há fungos tóxicos que podem até matar se ingeridos em quantidade. Apenas o conhecimento e a prática podem ajudar na identificação de um fungo tóxico ou não tóxico.
Cogumelos comestíveis - cultivo         O cultivo de champignon - um cogumelo comestível - no Brasil vem crescendo a cada ano e já é feito em grande escala nos estados de São Paulo e do Paraná.
   
            A técnica de cultivo consiste, inicialmente, em germinar esporos em um meio de cultura, composto de ágar, água de batata e algas marinhas. Vão se formar hifas e, mais tarde, micélios. Os micélios, então, são transferidos para outro meio de cultura, onde são sucessivamente repicados, originando novos micélios. Esta etapa dura em torno de um mês.
            Num segundo momento, os micélios são transferidos para um novo composto, formado de palha, bagaço de cana e outros componentes orgânicos misturados à terra. Neste composto, após vinte dias, os micélios originarão os primeiros cogumelos, que são colhidos a cada sete dias, durante um mês.
            Todas as etapas de cultivo são realizadas em galpões de construção simples, mas inteiramente vedados á luz, com controle de umidade e temperatura.
            A produção brasileira atual chega a 7 kg/m², ainda baixa, se comparada com a de países europeus - onde o controle de cultivo é totalmente computadorizado -, que é de 25 kg/m².
            Os cogumelos comestíveis contém de 2 a 10% de proteínas e são ricos em vitaminas do complexo B e sais minerais (potássio, cálcio, fósforo e magnésio).


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